São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
segunda-feira, 2 de julho de 2007
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1 comentário:
Eugénio de Andrade :-)
Com o primeiro poema que me lembro de ter lido, num livro de língua portuguesa da escola primária.
Bom começo para o blogue, sem dúvida.
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